
O encontro entre os dois países não é inédito. Em 2003, Lula esteve naquele país. A Síria elogia a postura brasileira no que concerne às questões nucleares e considera a possibilidade de o Brasil intermediar as negociações junto a Israel. A liberação da Faixa de Gaza, atualmente bloqueada pelos judeus, é um dos pontos mais delicados do processo.
Da mesma forma que a delegação angolana, os sírios ficarão no Brasil por dois dias. O objetivo é assinar acordos de cooperação econômico-social com o presidente e, principalmente, defender juntos o fim do impasse mundial relacionado à política nuclear do Irã. Antes, a delegação passou por Cuba e Venezuela. Após Brasília, irá para São Paulo se reunir com a comunidade síria. Na sexta-feira, seguem para a Argentina.
Coincidentemente, em 2010, comemora-se 130 anos da imigração árabe para o Brasil. Em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, concentram-se a maioria das famílias e descendentes. A famosa rua 25 de março, no coração paulista, foi criada por comerciantes sírio-libaneses.
Retrato
Muçulmanos sunitas, alauitas, drusos, cristãos e curdos dividem 185.000 km quadrados do centro do barril de pólvora que é o Oriente Médio. Esse balaio de povos, etnias e culturas diferentes constitui a população República Árabe da Síria. O país, localizado no sudeste asiático, faz fronteira com Iraque, Turquia, Líbano, Israel, Jordânia e Mar Mediterrâneo. A capital, Damasco, é considerada umas das cidades mais antigas do mundo. Como se não bastassem os frutos de sua própria terra, a Síria ainda recebe milhares de refugiados de conflitos dos vizinhos.
O país se tornou independente em 1946 e, dois anos depois, já estava envolvida no conflito árabe-israelense. De lá pra cá, sucessivos confrontos marcam a história da Síria, realidade agravada pelos governos, que são os mesmos desde 1970. Apesar de se intitular república parlamentar, há 40 anos a população só pode votar no partido Ba'ath, do atual presidente Bashar al-Assad.
Nenhum comentário:
Postar um comentário